Professores lecionam para crianças doentes e transformam quarto de hospital em sala de aula

  • 11/03/2025
(Foto: Reprodução)
Estudantes do Espírito Santo em tratamento hospitalar têm acesso ao conteúdo escolar durante o tempo de internação para não perderem o conteúdo ensinado na sala de aula. Projeto Classe Hospitalar garante a continuidade dos estudos para alunos internados Um tratamento hospitalar impacta a vida de uma criança ou adolescente muito mais do que só a doença. A internação também afasta esses pacientes do convívio de amigos, familiares e do ambiente escolar. Um projeto no Espírito Santo, no entanto, tem como objetivo fazer com que eles tenham a possibilidade de dar continuidade aos estudos, mesmo estando no hospital e longe da escola. Segundo a Secretaria Estadual de Educação (Sedu), 476 estudantes dos ensinos fundamental II e médio são atendidos pelo Atendimento Educacional em Regime Hospitalar por meio do projeto Classe Hospitalar. 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp O programa atende a estudantes dos ensinos fundamental e médio da rede estadual, municipal e de escolas privadas dentro de hospitais da Grande Vitória. Além disso, o conteúdo é integrado ao calendário, currículo e histórico escolar do aluno. Assim, ao retornarem para a sala de aula, estarão atualizados das matérias. Projeto Classe Hospitalar garante a continuidade dos estudos para alunos internados Reprodução/TV Gazeta Quando chegam ao hospital, as crianças são atendidas por uma equipe do projeto que verifica os conteúdos que serão passados conforme a atual rotina escolar do estudante. Atualmente, o Classe Hospitalar está disponível no Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, em Vitória, onde foi criado em 2004, e no Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha. "A gente considera a idade do paciente, o tempo de internação, qual é o motivo da internação, se é um paciente oncológico (com câncer), se está no Centro de Tratamento de Queimados... Tudo isso é levado em consideração. A partir daí, é feita a distribuição dos professores", explicou pedagoga do projeto Sabrina Matias. "Acho que o desafio é esse: ser um ponto de ligação entre eles, a escola, a vida lá fora. Ser um ponto de normalidade aqui dentro com todas as expectativas que eles tem, porque eles são crianças e adolescentes", disse a professora Alessandra André. O estudante Otto Soares, do 7° ano, passou por um tratamento contra o câncer no Hospital Nossa Senhora da Glória. Durante os estudos de história e arte, ele pôde entrar em contato com sua ancestralidade. LEIA TAMBÉM: Influencer surda assiste a filme nacional e expõe falta de acessibilidade nas salas de cinema: 'Separa o áudio do visual' Para a mãe dele, Simone Soares, o projeto também ajudou a trazer conforto durante a internação. "A gente acaba fazendo amizade com as professoras e dividindo um pouco da dor. É um momento muito especial para eles aprenderem um pouco mais, e para a gente também", desabafou ela. "É um orgulho muito grande, porque a gente vê o crescimento deles, vê eles realizando sonhos. Para a gente, é um motivo de muita alegria", disse a professora Danielly Almeida. Professora Alessandra André durante uma das aulas no hospital TV Gazeta O diretor-geral do HINSG, Clio Venturim, também destacou aspectos do trabalho que vão além do conteúdo acadêmico. "Todo esse trabalho gera humanização e traz para o paciente a rotina de vida dele. Isso ajuda até no tratamento", disse. A gerente de educação especial da Sedu, Giovanne Berger, disse que o projeto também é um meio de assegurar os direitos dos pacientes. "A gente trabalha não somente a educação, mas a saúde, assistência, direitos humanos. Nós entendemos que todo estudante tem esses direitos garantidos em lei e nós garantimos esse direito aqui", disse ela. A iniciativa é uma parceria entre as secretarias de Educação e de Saúde, além dos hospitais onde são ministradas as aulas, e conta com o trabalho de professores especializados em educação hospitalar. Esses profissionais são responsáveis por ministrar aulas nas dependências dos hospitais, adaptando o conteúdo de acordo com a faixa etária e as necessidades específicas de cada aluno. Normalmente, o atendimento pela Classe Escolar tem início a partir do 16º dia de internação. "Estudos mostram que a continuidade dos estudos durante o tratamento hospitalar contribui para o bem-estar emocional e a recuperação mais rápida dos pacientes. A rotina de estudos proporciona momentos de distração e socialização, além de manter a mente ativa e estimulada", apontou a Sedu, por nota. Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo , Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo

FONTE: https://g1.globo.com/es/espirito-santo/noticia/2025/03/11/professores-lecionam-para-criancas-doentes-e-transformam-quarto-de-hospital-em-sala-de-aula.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Anunciantes